• Navegante Sombrio - Parte 2



    Capítulo 2

    John estava sentado na beira de sua cama lendo o jornal enquanto Dean tomava o seu banho e Sam vasculhava a internet atrás de algo interessante. O telefone tocou.
    _ John Winchester.
    _ Olá, aqui é Simon Adans, da companhia petrolífera Adans & Burns.
    _ Ahh sim, e em que posso ajudá-lo?
    _ Bem, um navio petroleiro da companhia que vinha da América do Sul para Virgínia foi atacado em auto-mar na costa leste americana a uns dias e afundou.
    _ E você precisa dos meus conhecimentos como fuzileiro naval é isso?
    _ Não. Na realidade um amigo meu, O Carlos Cortês, que me falou sobre você. Ele trabalha na companhia e disse que você já tinha ajudado ele, e depois de ver os relatos dos sobreviventes, ele me procurou, deu seu telefone e disse que você poderia ajudar.
    _ Cortês, sim me lembro dele, eu o ajudei a se livrar de um poltergeist.
    _ Que seja, eu sou meio cético quanto a fantasmas, mas como ele insistiu e não vejo mal algum nisso, resolvi te ligar para ver o que pode fazer. Ou se pode fazer algo.
    _ Ok, entendi. Me dê o seu endereço que estarei logo aí.
    John anotou o endereço e o telefone de Adans em um papel, depois se virou para Sam e disse:
    _ Pare o que está fazendo, temos um trabalho.
    _ O quê?
    _ Um navio petroleiro foi à pique na costa leste americana. Ele foi atacado por um outro navio.
    _ Sim, mas onde nós entramos? Afinal eles devem ter sido vítimas de contrabandistas.
    _ Pode ser, mas um ex-cliente meu trabalha na companhia à quem pertencia o petroleiro e ele acredita que com base nos relatos seja um caso nosso.
    _ Tudo bem, não adianta mesmo discutir.
    Naquele mesmo dia eles partem para Hampton, na Virgínia, onde fica a sede da Adans & Burns. Sam vai no banco de trás pesquisando sobre o acidente com o navio, enquanto seu pai dirige e Dean dorme no banco do passageiro.
    _ Então filho, o que encontrou?
    _ Algumas reportagens sobre o acidente. Aqui diz que eles foram atacados por um outro navio. Que o petroleiro tentou contato mas o outro não respondia, fala também que a guarda – costeira não soube de nenhuma outra embarcação naquela área no momento do ataque, e que eles acreditam que tudo tenha sido obra de contrabandistas. – diz Sam.
    _ Não faz sentido, se fossem contrabandistas, eles levariam o navio para depois roubarem a carga, e não o explodiriam. – retruca John.
    _ Tem uma outra reportagem que fala que os sobreviventes estão em choque e que seus relatos são confusos, pois afirmam que o navio aparecia e depois desaparecia, reaparecendo do outro lado. – continua Sam.
    _ Bem, já estamos chegando, lá veremos qual é o problema.
    Ao chegar em Hampton, John segue com seus filhos para a empresa de Adans para obterem mais informações. Lá chegando são recebidos por Cortês que já os aguardava.
    _ Então John, como o Simon falou, acredito que estejamos diante de um ataque de navio fantasma.
    _ É provável Carlos, você ligou para os sobreviventes? Eles estão aqui?
    _ Sim John, eles acham que vocês são médicos terapeutas que irão ajudá-los a superar tudo isso. Mas quero que você dê atenção especial ao Bill Weber. Ele sim tem informações importantes.
    _ Está bem.
    Ao chegarem à sala onde os outros os aguardavam, John abriu a porta e se viu em uma sala confortável, onde havia um sofá e outras poltronas espalhados pela sala e próximo a televisão algumas pessoas os esperavam. Um deles, usando um terno que parecia bastante caro se levantou ao ouvir a porta se abrir.
    _ Boa tarde, eu sou Simon, muito prazer. – ele se encaminha para John.
    _ John Winchester, e estes são meus filhos Dean e Sam. – fala John retribuindo o aperto de mão.
    Eles se dirigem para as poltronas, e Sam já vai pegando um caderneta de anotações em seu bolso.
    _ Weber?
    Um rapaz sentado longe dos demais responde:
    _ Sou eu.
    _ Será que podemos começar com você? – pergunta John.
    _ Que seja, vamos logo com isso.
    _ Porque você não me conta o que aconteceu aquela noite? – continua John.
    _ Você já deve ter lido nos jornais. – retruca Bill
    _ Sim, mas os jornais e a polícia sempre costumam deixar as coisas passarem.
    _ Você já ouviu falar do Navegante Sombrio?
    _ O navio inglês? – pergunta John.
    _ Sim, um navio que fazia parte da frota inglesa, lutava na 2ª Guerra Mundial pelos ingleses e seus aliados até ser capturado pelos italianos.
    _ Então ele passou a fazer parte da frota italiana e a atacar qualquer navio inimigo. – completou John.
    _ Exato. A fragata mais temida, pois qualquer embarcação que era por ela escoltada nunca sofria danos, só os inimigos. Até o dia que ela foi cercada por navios americanos e franceses, capturada, todos os tripulantes foram lançados em alto-mar e morreram, e o capitão foi torturado até a morte e depois afundaram o navio.
    _ Eu conheço a história, mas qual é a relação dessa fragata com o seu acidente?
    _ Foi ela quem afundou o petroleiro, doutor.
    _ Me conte tudo o que aconteceu naquela noite.
    E Bill começa o relato da pior noite de sua vida.

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