O vento soprava seus cabelos. Pareciam mãos lhe acariciando o rosto. Sentia as rajadas passando por seu corpo, mas seus pensamentos estavam longe, a milhares de quilômetros, e esse vento não parecia nada.
Porém, lhe trazia um perfume. Sabia que era sua imaginação, lembranças do passado, mas ainda estavam vívidas.
Começara uma leve chuva, que alinhada à ventania faria qualquer um reclamar. E a temperatura não ajudava. Mesmo nos dias mais claros lá sempre estava frio. As noites então eram piores.
Mas ela não prestava atenção a nada disso. Só conseguia se focar nas estrelas, que apesar do mal tempo contínuo, ali sempre davam um espetáculo.
E elas lhe traziam do fundo de suas recordações um sorriso. Cada brilho lhe fazia lembrar esse sorriso. E o vento a lhe acariciar, o perfume que voltava sempre a te assombrar, era em tudo isso que pensava.
_ Você sabia que cada estrela é um anjo observando a Terra? – ele perguntara.
_ Sério? E eles estão sorrindo ou chorando? – ela questionou
_ Com esse brilho todo é claro que estão sorrindo. – ele respondeu abrindo seu sorriso encantador.
_ E como você sabe? – ela questiona também sorrindo.
_ É óbvio, elas brilham como o seu sorriso. – ele respondeu lhe dando um beijo.
Por que essas lembranças insistem em voltar? Séculos tinham se passado e tudo o que fizera fora seguindo ordens.
Mas por que se culpava? Por que ainda sentia o coração pesado como se o universo o estivesse usando como apoio?
Só queria terminar tudo àquilo de forma a evitar qualquer mágoa. Mas não podia. Estava no passado e não tinha volta.
Resolveu descer e seguir suas ordens, essas recordações não lhe trariam nada de bom.
By Marina
Muito bom! Tive a honra de ser o primeiro a lê-lo, quando acabou de sair do forno, digo, do papel na faculdade. Parabéns! ;)